Se você já foi diagnosticado com cálcio alto na urina (hipercalciúria), é provável que tenha ouvido ou lido algo como:
“Evite leite, queijo e iogurte porque eles têm muito cálcio.”
Mas será que isso faz sentido?
Vamos entender como o cálcio da alimentação realmente se comporta no organismo e o que de fato contribui para o excesso de cálcio na urina.
O que é hipercalciúria?
A hipercalciúria é a eliminação de uma quantidade elevada de cálcio na urina.
Ela é um dos principais fatores de risco para a formação de cálculos renais, principalmente os de oxalato de cálcio, o tipo mais comum.
Esse excesso pode ter várias causas: genética, alterações hormonais, consumo excessivo de sal, proteína animal, suplementos ou desidratação.
Mas aqui vai uma informação importante: não é o cálcio da alimentação o culpado.
Leite e derivados causam hipercalciúria?
Não.
O cálcio presente nos alimentos como leite, queijo e iogurte não é o vilão.
Na verdade, uma dieta pobre em cálcio pode aumentar o risco de formação de pedras. Isso acontece porque o cálcio presente no intestino se liga ao oxalato dos alimentos, formando um composto que é eliminado nas fezes. Quando esse cálcio falta, o oxalato é absorvido em excesso e eliminado pelos rins, favorecendo a formação de cálculos.
Em outras palavras:
Consumir menos cálcio na dieta pode aumentar o risco de pedra, e não o contrário.
Quando o cálcio alimentar deve ser controlado?
Na maioria dos casos de hipercalciúria, não é necessário reduzir o consumo de cálcio alimentar.
O que costuma funcionar melhor é ajustar outros pontos da dieta:
- Reduzir o excesso de sódio (sal), que aumenta a perda de cálcio na urina
- Moderar a proteína animal em excesso (carne, frango, ovos), principalmente suplementos (whey)
- Garantir uma boa hidratação, dividida ao longo do dia
- Evitar suplementos de cálcio sem indicação médica
Dá para manter leite e queijo na rotina?
Sim e com segurança.
Com a orientação certa, é possível adaptar a dieta para controlar a hipercalciúria sem abrir mão do que você gosta de comer.
Inclusive, leite e derivados são fontes importantes de cálcio, que é essencial para a saúde óssea e muscular especialmente para quem já teve cálculo renal e quer prevenir recidivas com mais equilíbrio.
Cuidar dos rins não precisa ser sinônimo de cortar tudo da alimentação.
Com uma abordagem individualizada, é possível manter uma rotina leve, prática e segura.
Aline Goto
Nutricionista CRN10 2478
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